domingo, 27 de junho de 2010

Atrás da cena...


Vocês sabem que sempre me arrisquei no mundo teatral, né?. Já vi muitos espetáculos serem montados, grandes e pequenos. E é sempre a mesma coisa: no final, tudo fica lindo!
 Mas a montagem é tensa, dá trabalho, muitas vezes gera brigas, e no “behind the scenes” atrás do cenário, há os fios passando, material, gente correndo de um lado pro outro, problemas a serem resolvidos, um objeto fora do lugar, etc. Quem chega a um show, teatro, festival ou evento especial que seja, fica – na maioria das vezes – maravilhado com o resultado e nem imagina nada disso.

Esses dias estava pensando na inveja. Sim, todos sabemos que esse é um sentimento bem feio, certo? Mas, para algumas pessoas, creio que seja inconsciente – prefiro pensar assim. Tomo por mim: um dia uma menina chegou para mim e disse “Queria ser você. Você é bonita, inteligente, tem um astral ótimo, trabalha no que gosta, e forma um casal perfeito com o fulano”. Fiquei indignada. Como assim, queria ser eu? Mal sabia ela que trabalhar no que eu gosto não me dá dinheiro nenhum, e se não fosse por amar muito, não estaria ali, eu estou sempre endividada, com dinheiro apertado até para comprar comida, passo o maior perrengue todos os dias driblando tensões causadas por tudo isso, me senti super sozinha na maioria das vezes e... ok, inteligente eu sou mesmo, isso é indiscutível.

Nunca encontro o trabalho que me pague o básico e que continue me fazendo feliz, meu casamento “perfeito” também tem seus momentos de inferno, sou bonita ok? mas só porque Deus quer, mas já estive melhor, e o que me restou desse cenário foi apenas a inteligência e o bom humor que tento sustentar a todo custo, mesmo que em casa eu prefira ficar calada ou chorando sozinha. Sim, estou certa que estou reconstruindo coisas ainda maiores e melhores, mas o ponto não é esse. O ponto é que todo mundo tem um “behind the scenes” complicado, bizarro, triste, tenso, etc.

Vamos subir uma estratosfera no nível do exemplo:
Kate Moss - Linda, famosa, rica, fashion, blasé, tem uma filha linda.
Kate Moss - Viciada em cocaína, mãe solteira, casou com um cara que, na lua de mel, enquanto ela dava um rolê, a traiu no quarto do hotel com duas barangas que foram fazer um delivery de cocaína e acabaram por lá mesmo.

Qual a moral da história?
Não passar tanto tempo querendo o que é do outro. Fuçando a vida das pessoas, invejando os fotologs e orkuts alheios, achando que só você se ferra e todo mundo vive lindo na balada. Porque, com certeza, você tem problemas que consegue administrar, ou vai conseguir logo, ou eles vão todos passar . Pare de se fazer de coitadinho. Pare de pensar que os outros estão sempre na melhor. É bacana ser você. Mesmo com o behind the scenes. Dar uma aparadinha aqui, outra ali, um up aqui, outro acolá e se divertir. Afinal é disso que estamos falando né? Da vida! A vida que cada um tem, e que só muda, só melhora, se VOCÊ e ninguém mais, correr atrás pra que isso aconteça ok? E ninguém precisa ficar recebendo respingos da sua suposta infelicidade através da sua inveja, reclamções infinitas e mau humor constante. Acorda honey!

Bom, nada foi fácil na minha vida até hoje, mas mesmo com a tentação, busco não perder tempo me preocupando com a vida alheia. Gasto o meu tempo tentando construir o espetáculo que eu quero assisitir e que quero que os outros assistam, um espetáculo com sucesso de público, de crítica,(se isso for possível! impossible is nothing! rs...) e que sim, feito com muitos improvisos e percalsos, mas que tenho certeza que vai ser o melhor espetáculo que já fiz, o melhor evento que eu já organizei, e o melhor filme que eu já rodei... "Minha vida". E assim... sem querer me intrometer muito... acho que você devia fazer a mesma coisa.


Ai ai.. Carrapato não tem pai....rs...
Chega de pensar pessoa!
Vai se divertir agora...
Bjks sempre... t+

Danielle Lima ;)

sábado, 19 de junho de 2010

Saudades... quem diria...

Quando a gente é adolescente e passa a vida toda sendo controlado pelos nossos pais, não vê a hora de se livrar dessa clausura e vive dizendo " o dia que eu sair de casa, não volto nunca mais!" É ou não verdade? Principalmente quando rola aquela briga fenomenal com seu pai, do tipo que ele joga na sua cara que te deu tudo do bom e do melhor e que você é que não sabe reconhecer, nessa época você só pensa e até diz pra ele " não fez mais que sua obrigação, afinal, você é meu pai!"

É estranho assumir que pensamos assim, e que muitas vezes por mais que amamos papai e mamãe, temos vontade de sumir com eles ou ao menos a gente mesmo sumir da vida deles pra não ter que aguentar nenhuma lição de moral. Não há nada pior do que você ter certeza que é um ótimo filho, estuda, trabalha, não faz nada de mal, nem usa drogas e da sua familia você é um exemplo em relação aos outros da sua idade, e mesmo assim, ouve dos seus pais várias reclamações (infundadas na sua opnião), e ainda escuta horrores vindo deles em relação a você e não, nenhum tipo de reconhecimento por ser ótimo no que você faz, ser um destaque no que se propõe a fazer tipo : ganhar aquele campeonato, ter a melhor nota da sala, ganhar prêmios , passar no vestibular ( entre os primeiros colocados por sinal), ser super elogiado por todos pela sua educação e cultura, enfim, tudo isso parece não valer a minima pra seus pais, aliás, parece que só enxergam que você chegou tarde em casa ( mesmo que isso não seja comum pra você), que você deixou de fazer alguma tarefa pra eles, ou que você não tem a profissão e/ou nem o trabalho que eles queriam que você tivesse; essas e outras coisas parecem ter mais brilho na hora de sermos agraciados por sermões dos nossos pais. Não é sempre que isso acontece, mas quando acontece, a vontade de chutar o pau da barraca, falar o que vier na cabeça, ou até mesmo ir embora de casa entram e saem da nossa mente um milhão de vezes.

Oras, temos que reconhecer, nossos pais são uns heróis, são ótimos, realmente te deram tudo que foi possível, amam você sem dúvida e só querem seu sucesso, mas que eles conseguem magoar e ferir nossos egos, isso eles fazem muito bem! Na época de adolescente você não entende muito bem porque eles tem essa dupla personalidade, porque eles não te elogiam na sua frente, mas você sabe, que pros amigos deles, eles te põe num pedestal, daí você se pergunta " custa assumir pra mim que eu sou bom e parar de reclamar de mim?" Bom, a gente sabe que eles não vão fazer isso, então como cada um de nós lida com essa situação é bem diferente: alguns discutem, brigam e arrumam a maior confusão em casa e até saem de casa, mas infelizmente pela porta dos fundos, deixando em casa apenas a decepção nos corações dos pais. Outros (me incluo nessa categoria), apenas engolem seco todos esses momentos, e como todos os outros, tentam arrumar um jeito de sair dessa situação, alguns saem de casa, outros nunca saem (talvez por pirraça...rs..!) Os que saem tem duas opções normalmente: saem de casa casados, fazendo a maior festa e juram que só estão saindo de casa por amor a outra pessoa com quem estão casando e nada mais, outros resolvem bater cabeça sozinho, arrumam um lugar pra morar, um empreguinho pra se manter e ficam comendo o pão que o diabo amassou calados em casa sozinhos, pra não dar o braço a torcer que é fogo viver sozinho, sabendo que papai e mamãe não vão mais pagar suas contas e que vai ter que deixar de ir em algumas baladas, comprar algumas futilidades entre outros, pra poder pagar a conta de luz do seu cafofo e por aí vai.
Enfim, fazemos de tudo pra poder nos livrar da casa dos pais e isso não quer dizer que não os amamos e os respeitamos infinitamente, significa apenas que queremos cultivar nosso senso de individualidade e que não queremos mais viver sobre aprovação dos outros e sim tomar nossas decisões sozinhos (claro, nos livrar dos sermões deles também! rs...).

Maravilhoso não é? Sair de casa, independente de como for, é sempre muito bom. Mas melhor ainda é poder depois de passar a adolescência, reconhecer o quanto seus pais são maravilhosos, e se você hoje é o que é, mesmo sem eles não terem te incentivado como você queria, você deve isso a eles, mesmo que você ache que não, pois na pior das hipóteses, você chegou lá nem que tenha sido só pra provar pra eles que estavam errado a seu respeito e que você é sim uma pessoa responsavel, competente e orgulhavel! (Aliás, quem disse que eles não te esculacharam de caso pensado exatamente pra despertar essa força em você?)
Não dá pra reclamar desses seres que nos aguentaram por 18, 20 ou até mais anos, com todo amor e disposição, fornecendo tudo que nos era necessário (dentro do possível) pra chegar onde estamos.
Faltam alguns dias pra eu ver meus pais denovo, os dois estão em viagem de férias no nordeste, e isso me fez lembrar dessa fase de confusões e pensar o quanto eles foram fundamental pra eu me tornar a figura que sou hoje. Se sou forte, independente, decidida e batalhadora (isso os outros quem falam...rs...), sou assim porque de um jeito ou de outro eles me fizeram ser assim, seja por meio de brigas, esculachos, me desafiando a provar a eles o quanto eu era boa, ou nos momentos de carinho, risos e muito amor que sempre me deram.

Sim, sinto muita falta deles, saudades imensas, mas sei que eles tmabém sentem saudades de mim. Não que eu não fale com eles sempre, mas reconheço, não sou do time das pessoas que sabem demonstrar os sentimentos aos outros, e tenho um pouco de aversão a falar no telefone com pessoas que eu tenho saudades (confesso, dá vontade de chorar só porque não posso abraçar via telefone). Não muito tempo distante deles, mas por diversos fatores e principalmente pela correira e pelo ritmo de vida que eu tenho tido, talvez eu peque pela qualidade do tempo em que estamos juntos, e sinto muito por isso.
Mesmo que eu saiba que depois que eles voltarem,  voltaremos também a rotina, e provavelmente tão cedo aprenderei a dizer o que realmente sinto, só de saber que ainda tenho a possibilidades de abraçá-los e dizer o quanto eu os amo é fantástico. Nessas horas, a gente esquece tudo que ouviu deles e que nos machucaram e sim, repensamos tudo que fatalmente falamos ou fizemos que os machucaram também, e no meio daquele abraço saudoso, só pensamos em eternizar os momento felizes que eles nos proporcionam e quão feliz a gente é por eles existirem e nos amarem também, do jeito deles, as vezes demonstrando e muitas vezes não, mas certeza que amam.
Bom, vou parar por aqui, já escrevi demais hoje e já tô começando a chorar, coisa que não é muito comum pra mim admitir (adoro me fazer de forte e insensível, fraca jamais! eu sei.. isso é idiotice, mas fazer o que? mulherzinha sagitariana é fogo...rs...)


Bjos anjinhos!
Apoveitem bem o findes e até o próximo post....
Danielle Lima :)

domingo, 13 de junho de 2010

Digerindo...

É... eu gosto mesmo de optar nesse b-a-ba  que é esse mundo.
Gosto de ter opnião e falar o que penso mesmo.Sou irritante as vezes, eu sei.
Mas.... tem coisa que calam a gente, me calam e principalmente me pertubam, e as vezes, é preciso desabafar.
Passei minha aparentemente inútil tarde de domingo congelando de frio, e deitada na cama, zapeando despretenciosamento com o controle remoto, quando parei num filme e meio sem por que nem pra que comecei a assistir o documentário do José Padilha "Ônibus 174". Terminei de assistir meio sem saber o que pensar manja? Fez 10 anos ontem que aconteceu o sequestro do ônibus 174 do qual o documentário trata, no Rio de Janeiro, que terminou com a morte do seqüestrador Sandro do Nascimento e de uma das reféns, Geisa Gonçalves, com tiros disparados pelo bandido e pela polícia. Com imagens das emissoras de televisões e gravações próprias, o diretor José Padilha constrói uma narrativa dupla que mostra o desenrolar do seqüestro e a trajetória pessoal de Sandro intercalados com depoimentos. A família, a tia e alguns amigos são entrevistados, além de policiais que participaram da operação (um com o rosto coberto devido à proibição de dar entrevistas por parte do batalhão), alguns reféns, o viúvo da vítima e, até, um assaltante “profissional”.
O que acabou me deixando sem palavras hoje, já que na época em que tudo aconteceu eu não fazia noção do que se tratava, foi pensar o que será que eu posso e devo fazer pra que isso não se repita? Não tô querendo fazer média de boa cidadã não. Só que eu tive a sorte do destino ter me dado pais trabalhadores, um irmão ajuizado e condições de ter estudado bem, morado bem, conseguido o que quis por ser aceita , apesar de não ser da classe A, nessa nossa linda e maravilhosa sociedade... Você, só por tá lendo esse post também tá a mil anos luz na frente no quesito inclusão na sociedade do que o tal Sandro.
Não to falando que o cara era gente boa, nem que era inocente, nem nada. Só tô pensando na merda de vida que esse cara levou, nas oportunidades que ele não teve, no sofrimento e na rejeição, que ok, não justifica nada, mas alimentou tudo o que aconteceu. E hoje meu? E hoje não tem milhares e milhares de Sandros por aí?A gente sabe muito bem que tem... e oras... o que você tem a ver com isso? Esses Sandros que estão por ai e os que nascem todos os dias, são os mesmo que podem se revoltar contra a nossa lindissima sociedade e te roubar na porta de casa, e meter um tiro na cabeça do seu pai quando ele for estacionar o carro, roubar a sua mãe no farol e por ai vai...
Pra mim, pensar nisso é um soco no estomago que me trás um peso na consciência de não saber direito o que fazer.. e pior... não estar fazendo nada...
Enquanto eu descubro o que fazer... pensa ai tbm....
Começa parando de reclamar que seu celular tá arranhado e que não foi naquele show e tantas futilidades mais... e de reclamar que tem tanto crime nesse país.. porque se você não faz nada pelos Sandros da vida... eles fazer por eles e por você... e acho que você não vai curtir muito não...#FICADICA


Estalinhos... ;)
Danielle Lima