sábado, 1 de outubro de 2011

Cansada...


Eu canso. É verdade, eu canso. Canso de mim. Canso disso tudo. Canso de ser quem eu sou, como eu sou. Canso de ser tratada pelas pessoas como eu normalmente sou. Sério, canso. E o pior que a culpa desse cansaço todo é só minha. Adoraria não me cansar, mas sei que eu causo isso, mesmo não querendo. Ando bem cansada esses dias... Cansada de não pensar antes de agir, de falar tudo que eu penso sem nem pensar antes. Cansada de demonstrar o tempo todo se gosto ou não gosto. Cansada da minha sinceridade objetiva. Cansada do meu humor ácido, das gracinhas e brincadeirinhas incontroláveis que saem da minha boca. Cansada de todos os meus assuntos terminarem em sexo e viver fazendo brincadeirinhas em torno disso. Cansada de ser insensível comigo e com os outros. Cansada de não conseguir ser simpática e carinhosa com ninguém. Cansada de ser taxada como monstra arrogante, que passa por cima de tudo e todos como uma máquina. Cansada de ser tratada como uma máquina, por mim e pelos outros. Cansada de não conseguir abraçar ou fazer carinho nas pessoas. Cansada de não receber carinho. Cansada dessa suposta cara de mulher segura e inabalável, que não deixa ninguém me fazer um cafuné, nem me dar colo. Cansada de não ter colo. Cansada de todas as minhas defesas, de todas as táticas pra não me envolver e não me machucar. Cansada de viver escolhendo, selecionando, observando minunciosamente tudo e todos. Cansada de não conseguir parar pra relaxar e nem saber fazer isso. Cansada das minhas dificuldades todas, dessa minha ânsia toda, dessa vontade incontrolável de saber e viver o mundo independente se vou me cansar ou não. Cansei de não conseguir mudar, de não saber mudar ou nem saber se quero realmente mudar. Isso é quem eu sou. Se eu não tenho sensibilidade comigo e com os outros, como pensar que alguém tenha o tato de imaginar que eu não sou só isso? Como pedir abraços apertados? Como se dar o direito de chorar baixinho no ombro de alguém? Eu não sei fazer nada disso.. nunca soube. Adoraria aprender, mas talvez me canse da busca antes de aprender. Talvez seja assim mesmo, e no fundo mesmo cansada, eu goste disso tudo. Não sei. Só sei que hoje eu quero DEScansar.


"Hoje o mar faz onda feito criança
No balanço calmo a gente descansa
Nessas horas dorme longe a lembrança
De ser feliz
Quando a tarde toma a gente nos braços
Sopra um vento que dissolve o cansaço
É o avesso do esforço que eu faço
Pra ser feliz
O que vai ficar na fotografia
São os laços invisíveis que havia
As cores, figuras, motivos
O sol passando sobre os amigos
Histórias, bebidas, sorrisos
E afeto em frente ao mar.
Quando as sombras vão ficando compridas
Enchendo a casa de silêncio e preguiça
Nessas horas é que Deus deixa pistas
Pra eu ser feliz
E quando o dia não passar de um retrato
Colorindo de saudade o meu quarto
Só aí vou ter certeza de fato
Que eu fui feliz
O que vai ficar na fotografia
São os laços invisíveis que havia
As cores, figuras, motivos
O sol passando sobre os amigos
Histórias, bebidas, sorrisos
E afeto em frente ao mar."

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Falando sobre o que não se pode nomear...

Existem coisas na vida que eu me recuso a falar. Coisas que me recuso a falar porque não sei falar. Não há como mensurar em palavras certas coisas. Posso falar sobre semiótica como quem fala do que comeu no almoço, mas não consigo falar o que sinto. Talvez porque ache que ninguém vai entender o que sinto, todos podem entender semiótica, mas nem todos podem entender quando se fala na cumplicidadde, na ternura de um olhar. 
Hoje eu vou tentar mais uma vez dizer em palavras o que eu nunca falo.
Esse mês faz 8 anos que eu comecei uma viagem. Uma viagem que começou com uma aposta, um olhar e um beijo de "cala-te". Uma viagem que tem um rosto, um sorriso, um cheiro, um gosto e um universo no olhar que só eu consigo navegar. 
Já estive apaixonada diversas vezes durante a minha vida, e que todos os meus ex-namorados e ex-paixonites que me perdoem, nada, isso mesmo, nada se compara com o encontro que tive 8 anos atrás. 
Encontro com um ser humano extremamente diferente de mim, com uma história de vida bem distinta da minha e contrariando todas as expectativas de quem nos observava naquele momento, a união dos nossos universos deu muito certo. Esse ser que venho conhecendo e me deixando conhecer durante 8 anos, estabeleceu comigo uma espécie de relação que é livre todos os rótulos, que não pode ser nomeada porque não tem classificação. 
Ainda lembro do nosso primeiro trato, algo do tipo: "Você vive muito bem sem mime eu sem você, e pode partir sem mim quando quiser, mas não fique comigo se não me ama mais". Trato que cumprimos fielmente até hoje. 
Quem vê a gente junto, de fora, pode não entender nada, a gente também não entende, não precisamos entender, somos "brothers", amigos, companheiros, torcemos um pelo outro, e nos entendemos mesmo no que não se pode entender. Essa relação nascida e regada a muito tesão, muita pele, muito gosto, muito cheiro... essa relação me apresentou o que é o amor, se é  posso chamar assim o que sinto. 
Quando embarquei nessa viagem tinha só 16 anos, muitas loucuras na cabeça e uma vontade de devorar o mundo. Assumi meu destino, aceitei naquela praça o que o universo tinha me preparado, mesmo sem entender. Eu não sabia que era amor, acho que ninguém sabe, apenas me permiti. Os anos se passaram e aquele menino é um homem, eu já sou uma mulher, e durante todos esses anos a gente aprendeu a conviver e a viver, sofremos juntos, choramos juntos diversas vezes, já fomos ao céu e ao inferno algumas vezes, mas juntos a a gente sempre funciona... 
Tenho que confessar que, por muitas e muitas vezes eu penso que ele merecia viver com uma pessoa menos louca, menos temperamental, com uma personalidade mais passiva, que gostasse de coisas mais simples e que soubesse demonstrar seus sentimentos... Alguém que não fosse eu... Sei que não sou fácil, eu mesma não me entendo, eu mesma tenho dificuldades de viver comigo... e ele faz isso tão bem... e com tanta ternura no olhar... e eu nunca digo nada. 
Não sei dizer nada. Nunca disse o quanto eu o admiro por tudo isso, e pelo homem que ele é, não sei nem se ele tem noção de quanto eu o amo... de quão grande, diferente e inexplicável é o que sinto por ele... de quanto o meu coração ainda acelera quando falo com ele, de quanto o riso surge no meu rosto quando penso nele, de quanto eu quero sempre tê-lo ao meu lado. 
Não que todos os dias isso foi assim. Muitas vezes eu pensei se eu o amava mesmo, duvidei dos meus sentimentos e dos dele, duvidei e cheguei a afirmar que não o amava mais. Tentei fugir dele, e de tudo o que eu sentia, porque eu nunca entendo os meus sentimentos, nunca sei lidar com eles, eu finjo que sei mais não sei, ele sabe lidar mais com os meus do que eu mesma, então quis fugir, me esconder, viver longe, saber se podia viver longe daquele ser o qual não faz minha vida girar em torno dele, que nunca me exigiu e nunca me prendeu, mas me prende inconscientemente na sua órbita de tal maneira que nunca, nunca consegui de verdade, do fundo da minha alma, por um segundo que fosse, esquecer do seu olhar  e do sentimento inonimavel que ele me traz. 
Nunca soube dizer se isso tudo é realmente amor, não sei nem dizer se vamos passar o resto de nossas vidas juntos, só sei dizer e isso digo sempre e pra quem quiser ouvir, que minha alma e meu corpo são ligados no dele, e mesmo se um dia nós não sejamos mais marido e mulher, essa relação que existe entre nossas almas será sempre intocável, essa cumplidade, essa amizade e esse entendimento e compreensão que existe entre nós, desculpem todos outros, não deixará de existir nunca. Dizer "eu te amo" é simples demais, meu amor, o que eu quero te dizer não tem palavras e espero que você, como sempre faz com as minhas loucuras, entenda. Me perdoem, não sei fazer poesias, nem provas de amor, apenas tento viver e ser fiel ao que eu sinto e espero que isso sirva. E a todos os que sentem, não tenham medo, se permitam, vivam suas próprias regras, os sentimentos não são para classificar, são como uma boa obra de arte, pra sentir.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Pedindo humildemente...

Ando meio sem paciência... Ando com dificuldades de escolher as palavras certas pra dizer o que eu sinto... Ando com problemas pra entender o que eu sinto... Eu sinto tanto... Eu ando tanto... Queria tanto poder dizer pra cada um e ouvir cada um... queria ouvir seus desabafos e poder desabafar também.
Ser forte... Somos fortes, mas mesmo os mais fortes sofrem. Ando sofrendo por tentar ser forte... O problema está em as pessoas entenderem que os fortes também tem direito de se desesperar... chorar... pra rir de tudo depois...
Não posso chorar quando me machucam. Não posso chorar quando estou triste. Não posso chorar na frente dos outros. Não posso chorar sequer no meu travesseiro. Não posso chorar pelos outros. Não posso chorar por mim mesma.
E com essas lágrimas travando minha respiração não sei mais o que fazer... Quero gritar, mas não quero deixar de ser forte. Quero te ouvir, mas também preciso ser ouvida. Não posso só enxugar as lágrimas alheias... Necessito que alguém enxugue as minhas.
Me deixem chorar e enxuguem minhas lágrimas por favor. Me deem o direito de mesmo sendo forte, receber colo e carinho as vezes. Eu sou só uma criança perdida, uma adolescente confusa e uma mulher cheia de problemas, pedindo humildemente um cafuné enquanto choro, e um abraço apertado. Mas me deixe chorar. Obrigada.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Por que...

Por que temos medo dos nossos pensamentos?
Por que temos medo das nossas vontades?
Por que temos que esconder nossos desejos?
Por que temos fingir que nada está acontecendo dentro de nós?
Por que tanta política em volta de sentimentos?
Por que tantos impedimentos colocados por nós mesmos?
Eu só queria poder expor tudo o estou pensando agora sem medo do depois. Eu só queria poder ser sincera comigo mesma e admitir certas coisas... É tão difícil assim deixar nosso instinto falar mais alto? Por que inventamos tantas normas de comportamentos que só servem pra meia dúzia? A única coisa no meio dessa confusão toda é que entendo muitos "por quês" que antes nem imaginaria justificar nada, mas que hoje fazem todo sentido pra mim, e que temo por mim mesma porque sei que não demorará muito mais essa libertação. Pobre alma que ouvirá de almas covardes que não deveria ter feito o que fez e não adiantará dizer que estava vivendo, eles não sabem o que é isso.
Não quero ser covarde, na minha alma não espaço pra isso. Quero sabedoria pra usar a coragem de usar meus instintos e ser quem sou, fazendo o que quero fazer e do jeito que eu imaginar.
E você tem medo? Vai dizer que você também não quer? Vamos?


"minhas vértebras pra trás,
suor frio que pinica,
eu senhora, tu rapaz,
transado em mim estica.
agradável me indica
pra você, sou eu feroz,
nas quatro paredes quica
gemidos de minha voz." - Volúpia

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Pena...

É uma pena ter aprendido que cada um tem o seu tempo e que a maioria das pessoas só aprende errando... Nem sempre podemos ficar alertando nossos amigos de tudo, evitando que caiam em ciladas, que andem com pessoas que as odeiem e a convidam só pra ter de quem rir depois... É uma pena que nossos amigos tenham tempos diferentes pra entender quem é amigo e quem não é... é uma pena... Só queria poder dizer.. não vai, não faça mais isso... não aceite esses convites por mais que não goste de ficar sozinha... Não aceite ser feita de piada da noite só pra poder sair de casa, não se junte com quem te odeia só com medo da falsa solidão... é uma pena... Mas não posso fazer ninguém ver além do que quer... Não posso te abrir os olhos  a todo instante, você precisa aprender sozinha... E isso é uma pena... uma pena... pena...

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Falando...

Adoraria saber de verdade quem eu sou.. do que sou capaz... Será que alguém sabe? As vezes penso que não saí da adolescência, minhas duvidas não terminaram. Ou será que serão eternas? Ninguém nunca me ensinou sobre isso. Só dizem o que eu não sou. Quem ou o que eu não sou. Quem ou o que eu não sou eu também sei, mesmo que me doa. Tenho minhas convicções que eu gostaria que fossem mais convictas, queria ter fibra pra nunca me deixar abater. Sei que nesse mundo nada é fácil, que trilhar caminhos é sempre cansativo. Mas eu canso. E quando canso penso porque comecei a andar. Não me arrependo da estrada. Não me arrependo de mudar de direções algumas vezes em tão pouco tempo de vida. Não me arrependo. Canso. Canso, choro e no silêncio peço arrego. Não conto pra ninguém. Não aceito dizer pra ninguém que canso. Mas queria ser tão forte quanto eu pensei que era. Queria ser tão inabalável quanto pensei que era. Talvez eu seja. Talvez seja só o cansaço. Sinto que ninguém entenderia se eu falasse. Sinto que ninguém entende. Porque as pessoas nem sempre captam isso no nosso olhar. Esse olhar que eu dissimulo tentando não enfraquecer. Minha voz sobre isso é sempre muda. Escrevo porque não preciso falar. Preciso pensar. E é como se como o som não sai ninguém sabe. Minha voz. Voz instável. Voz muito característica. Se a voz é o sopro da alma eu digo: minha alma é reservada pra esses assuntos, mas quando sai, me entrega uma pessoa que não sei quem é. Eu, minha voz, minha alma. Uma confusão?  Um caminho. Algo que não sei dizer. E enquanto eu e minha voz não entramos num acordo, fico aqui calada. Deixa meus dedos falarem e quando eu tiver menos perdida a gente conversa. 

terça-feira, 5 de abril de 2011

Doce Mel...

Doce.. doce.. doce... 
Dizem que a vida é um doce... mas eu acho que a vida não é um doce qualquer... a vida é Mel... 
A vida tem olhar bonito, ingênuo e cheio de vida...
A vida tem sorriso fácil, contagiante e maroto...
A vida cativa a gente, tê-la nos faz feliz. 
A vida não é fácil... e ela sabe disso... sabe que viver é um desafio maravilhoso. A vida tem formas, e jeitos diferentes, pra cada um a vida se apresenta de uma forma e cabe a nós cativá-la.
Sabe, a vida me ensinou a voltar a sorrir, me lembrou de quem eu realmente sou, me fez me ver através dos seus olhos e me aceitou de graça, quando nem a morte me queria. A vida é sensivel, é mutante, é alegre, é triste. A vida  é rica, é pobre. A vida chora. A vida é de verdade. A vida é tão delicada, mesmo quando as pessoas não imaginam que ela é. Mas a vida é cheia de vida, e por isso é forte, e mesmo quando ela parece fraca e nem se dá conta, ela tá sendo forte. Porque a vida é forte, brava, resistente, e não para nunca. A vida sabe quem ela realmente é.  A vida é uma graça, sou muito agradecida de poder conhecê-la. 
Um dia eu senti a vida de graça, e pude cantar pra ela a canção que sempre me faz me sentir melhor... 
A vida é uma energia preciosa, que não se aparece completamente para qualquer um. A vida é sabida, sabe pra quem ela se apresenta e de que jeito ela surge. A vida é uma criança feliz, uma adolescente cheia de confusões e uma mulher forte digna de que escrevam poesias, musicas e livros falando dela. A vida é o presente mais precioso que recebi nos últimos tempos, me veio de graça, e de graça fui pra ela.  Porque a vida é fascinante, e tive que enxergar a alma dela e mostrá-la a minha. Sabe, pra vida dei minha verdade, pra vida dei meu coração, pra vida eu pude ser eu mesma e quis que ela fosse ela mesma. Todo mundo supõe que sabe o que é a vida, e eu posso dizer: vocês de nada conhecem a vida que dizem conhecer, porque a vida meus caros, a vida é Mel! E Mel é minha irmã, minha irmã de alma, minha irmã de outra vida, a quem eu amo muito e nada vai me distanciar dela. Não fui eu que escolhi, tão pouco ela me escolheu, a vida simplesmente acontece porque Deus quer, e quero passar o resto da minha existência cuidando sempre da minha vida, de perto, até de longe, mas vida é pra ser cuidada, amada e respeitada. Minha vida, minha Mel, meu doce... Você é, sempre será minha irmãzinha mais nova... seu nome nunca será riscado do blog da minha vida, você nunca sairá da cena do meu espetáculo, porque a energia da vida que nos une, é doce como você Mel, e tão cheia de afeto como você é de vida... e com a certeza que tive no dia em que "eu" te disse que somos irmãs... a gente nunca mais vai se perder!
Te amo Mel... conta com sua irmã mais velha aqui para o que você precisar... pra tudo mesmo... eu vou estar sempre aqui... louca pra saber noticias da minha VIDA! 

terça-feira, 22 de março de 2011

Velha...


Tanta vida. Tanta vida vivida. Tanta vida por viver. Será que a idade que nós temos está mesmo no RG ? Penso que sou muito velha. Sim, minha juventude e imaturidade escondem uma velha. Sou rabugenta, reclamona, tenho manias relacionadas à objetos e à posse deles, gosto de fazer bolo pra receber visita, bolo de fubá, de chocolate se a visita preferir, gosto de ficar quieta, que me deixem ser invisível esquecida numa canto da sala perdida em meus pensamentos, gosto de ouvir músicas velhas, cafonas até, gosto de ler, de sentir o cheiro das páginas e morro de ciúmes do objeto viajador que chamam de livro, gosto de escrever sobre a vida vivida e a vida que não vivi, gosto de lembrar dos amigos do passado com os quais troco cartas eletrônicas dizendo de como sentimos falta daquele tempo, tenho poucos amigos, não recebo muitas visitas, passo o dia refletindo e matutando sobre tudo, me perco na minha própria cabeça e muitas vezes as pessoas não entendem a intensidade do que eu quero lhes falar, acho bonito botar grampos no cabelo e usar vestidos, gosta da companhia silenciosa dos gatos, tenho o olhar perdido, tenho um ar sublimado de loucura, gosto de relembrar, as pessoas não me dão muito valor, não levam o que eu falo muito à sério, acham meus conselhos “meio sem pé nem cabeça”, não sabem que eu já vivi, que eu já sofri perdas irreparáveis, já amei com a força da minha alma, já chorei, já calei, já senti, já fui insensível, já rezei pra morrer, já me cansei dessa vida, já perdi a esperança, já achei que não tinha mais o que inventar pra fazer nesse mundo, já olhei a morte com indiferença, já olhei a vida como coisa qualquer, já tive medo de partir sem deixar nenhum legado, já tive medo de morrer e não ter quem chore por mim, já estive rodeada de amigos, já estive na mais profunda solidão olhando horas a fio para parede branca de um quarto, já fui triste, já fui feliz, gosto de sapatos confortáveis e de roupas floridas, gosto de olhar os jovens e rir das suas imaturidades, acho que ainda não vivi o suficiente pelos planos de viagem que eu me fiz, gosto de laçarotes e rococós, e pó branco e rouge, gosto de ser quem eu sou, sonho em ser outra coisa, amo reticências... Se eu não falasse minha idade talvez achasse você que sou sua vó. Mas não tenho a cabeça branca nem rugas na cara. Tenho uma alma marcada, mas que mesmo cansada, sabe que muitas macas ainda receberá. Sei que muitos dirão que ainda não vivi nada. Concordo. Ainda quero viver muito mais, preciso ter filhos, netos, pra quem sabe então eles me reconheçam como eu realmente sou, e vejam nos meus olhos o brilho da juventude. Mas vou lhes contar um segredo, no fundo nem eu mesmo me reconheço, e os meus textos ora, são assim, metade da velha covarde e doce que mora em mim, metade da jovem perdida e curiosa que conheces de outrora.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Livremente...

Liberdade... Ah.. quem tem? O que é isso de verdade?
Não ser preso a nada, ninguém... seria isso?
Ou ser preso espontaneamente?
Estar sozinho não é bem estar livre, estou certa? É porque muitas pessoas se prendem na solidão... ou são livres nela?
Posso falar de mim... Fiz várias escolhas livres na minha vida, outras nem tanto. Escolhi livremente estar onde eu estou, com quem eu estou e fazendo o que eu faço... Será que foi livremente mesmo ou isso tudo de liberdade é ilusão? O que é ser livre? Como você sabe que você é? Será que a tua "liberdade" é real?
Oras, quantos questionamentos!- você pensa. Mas sinto lhe informar que só assim eu e você chegaremos a uma respota, pode nem ser um consenso, mas uma resposta que seja válida. Pense ai... o que é ser livre? eu já fui livre? como é se sentir livre? eu ja senti isso de verdade? o que me falta pra ser livre? por que eu busco essa tal liberdade? Não sei se você quer se questionar sobre isso como eu estou fazendo, mas acredito que é bom pensar sobre isso... Quem sabe até nos tranquilizaremos dessa busca constante e descontrolada por essa coisa chamada liberdade que ninguém sabe direito o que é... O que o dicionário, os filósofos, o google... o que eles dizem é o que a gente busca ou isso é utopia? Desculpa, mas eu não vou te responder... queria que você me dissesse... que me ajudasse a entender e localizar o que é viver livremente... com liberdade brotando pelos poros...
O unica coisa que entendi sozinha é que ser livre não é igual a ser inconsequente. E que me sinto supostamente livre quando penso... sinto... sorrio comigo mesma... aprendo coisas novas... fico quieta, só com a minha consciência...  e agradeço por todas as belezas e desastres da minha porque tudo me  transforma em algo, alguém que eu nem sabia que poderia viver e suportar tudo isso... sou livre quando não deixo as pessoas conhecerem quem eu realmente sou essencialmente e principalmente quando me deixo conhecer por pessoas que me transformam de algum jeito. Só posso dizer com certeza isso. se é que eu tenho certeza de algo. E que livremente posso dizer que algumas pessoas me fazem me sentir livres mesmo que em silêncio, que é quando mais sou livre. E você ai, me ajuda, me responde... preciso saber... E viva a essa tal liberdade!