quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Devo muito...

Oi gente! Essa é ultima vez na semana que eu posto aqui e vim hoje com a dificil missão de falar sobre algo que pra mim é muito complicado e delicado: Pai!
É, Dia dos Pais tá chegando e isso me fez pensar em muitas coisas referente a isso, principalmente no que o meu pai significa pra mim. Sempre que eu penso nisso me dá um nó gigante na garganta, pois essa talvez seja a pessoa que mais me sensibiliza na vida, porque falar dele é como se eu tivesse falando de mim. Somos muito parecidos, talvez não tanto fisicamente, mas o nosso comportamento e o nosso emocional são idênticos. Diria que eu sou a cópia do Sr. Arlindo na versão feminina, e como eu sempre costumava dizer, dele eu só herdei as coisas ruins, mas hoje eu sei que herdei muitas coisas boas também.
Falar da minha relação com esse senhor é falar de muitas brigas, muitos desentendimentos, mas acima de tudo de um sentimento de amor que supera qualquer coisa.
Eu fico imaginando o tanto de coisa que ele renunciou ou fez por mim na vida, o tanto de coisa que ele desejou que eu fosse e de tantas vezes que ele se decepcionou comigo.
Primeiro que qunado minha mãe disse que tava grávida, ele era só um muleque que jogava futebol num time ae, que tocava numa banda e gastava seu sálario nas farras convencionais, mas quando soube que o próximo filho dele seria uma menina automaticamente ele escolheu largar toda aquela moleza e ir trabalhar de verdade, já que ele dizia que tava realizando o maior sonho dele. Tenho um irmão mais velho, que claro também é filho dele, mas o fato de ser a filha que ele sempre quis ter, fez com que me carregasse no colo pela cidade durante muito tempo como o troféuzinho dele. Só que esse trófeuzinho sempre foi tão parecido com ele, que a teimosia, gênio forte e a personalidade independente demais fez com que muitos das expectativas que ele criou sobre essa filha ruíssem. Basicamente porque a menina fazia o que queria, nunca desobedeceu uma ordem dele, mas tinha vida própria, desejos próprios e não eram exatamente os que ele esperava. Jogar baskete,fazer teatro, andar de sk8, surfar... mas perai... nem o filho homem dele fazia isso, a menina tinha era que dançar balé e aprender a fazer as coisas de casa, tinha que andar de rosa e não de verde, tinha que torcer para o Santos e não para o Palmeiras, tinha que estudar no mesmo colegio que o irmão e não no outro. Enfim, uma série de coisas que ele não queria mas que aceitava, com muita briga, mas ele sabia que precisava deixar ela seguir.
El nunca encostou um dedo desde que nasci pra me bater, mas seu olhar e seu silêncio sempre foram piores e mais devastadores que qualquer bronca ou surra que eu pudesse levar. Sempre me fazia sentir culpada, mas nunca admiti estar errada, porque relamente não achava que estava.
Entre tantos altos e baixo um fato foi definitivo pra eu descobrir o que era o amor.
Certa vez antes de eu sair de casa, nós tivemos uma briga fenomenal, nunca um tinha gritado com o outro muito menos eu desrespeitado ele, mas nesse dia eu soltei um estrondoso " vá você pra o inferno, odeio você". Bem, logo vocês imaginem a cara que o meu pai ficou. Claro, na hora eu travei, pensei "puta merda, olha o que eu falei", mas aí já tinha dito e com o coração todo magoado, ele me disse em alto e bom tom, com toda a secura que eu já vi alguém falar " Você é a maior decepção da minha vida!". Depois disso ele se trancou no quarto e eu no meu. Nunca vi meu pai chorar como ele chorou naquele dia e eu nunca me senti tão mal como depois daquele instante. Afinal, mesmo quea gente não concordasse em muita coisa, eu respeitava ele e não o odiava como tinha dito, mas daí a saber que eu poderia realmente ser a maior decepção da vida de um cara que largou tudo por mim, isso me destruiu de um modo que eu não tenho como medir. Nunca quis isso, pelo contrario, todas as coisas que eu fazia era pra provar pra ele como eu era forte, como ele tinha me educado bem, como o colégio que eu estudava tinha me feito bem, como o teatro me tornava melhor e como tudo que eu fazia era pra ser campeã como ele. Só não sabia como ele entendia tudo isso, eu nunca falava nada e ele também não, e pior, durantes muitos anos eu não melembro de ter abraçado meu pai ou dito eu te amo pra ele, e ele obviamente também não fez nada disso comigo.
Depois dessa briga eu viajei, e do lugar onde eu estava mandei uma carta pra ele dizendo como eu me sentia e o quanto eu estava mal por não ter dado nenhum orgulho pra ele na vida. Dois dias depois, recebi uma carta de resposta dele, dizendo que também não estava feliz, e que me amava muito e apesar das nossas diferenças ele se orgulhava simd e mim. Lembro que li a carta inteira aos prantos, e enquanto eu lia a galera tocava "pais e filhos" do Legião Urbana. Acho que nunca senti nada igual na minha vida como aquilo e sempre que lembro desse dia eu choro como naquele momento, porque foi ali que eu descobri o quanto meu pai era importante pra mim e o quanto eu o amava de verdade. Naquela noite ele foi me buscar, queria me levar pra casa, a gente se abraçou e chorou muito e falamos eu te amo um para o outro no meio de dezenas de pedidos de desculpa.
Claro que não foi por causa disso que a gente passou a concordar com tudo um do outro, que a gente parou de descordar e nem ele e nem eu mudamos nossos jeitões, até hoje a gente não se abraça muito nem diz eu te amo sempre. Quando eu penso nisso me bate uma dor no peito por ter quisto sempre ser tão forte e tão segura que em muitos momento me esqueci de ser apenas a filhinha do papai, a meninha de casa, a filha do seu Arlindo (como a cidade toda quase me conhece e eu nunca gostei de ser reconhecida assim.. bobagem minha hoje eu vejo...).
Hoje a gente se dá bem , não moro mais com ele e da familia toda acho que foi a unica pessoa que chorou quando me viu sair de casa e aunica pessoa que me faz chorar ate hoje de saudade. é o unico homem que eu aprendi a respeitar e abaixar a cabeça, é o único homem que eu tenho certeza que eu amo e que me ama em troca.
É um cara que ainda hoje, mesmo eu não sendo o que ele sonhou, mesmo não tendo feito Direito e sim Publicidade, mesmo eu não sendo casada cheia de netinhos pra ele, mesmo eu não sendo o que queria, ele me respeita muito e sempre tá comigo. Quando eu fico doente, é ele ainda que me leva no médico, foi ele que me socorreu quando eu quase morri, foi ele que chorou quando eu estava internada, é ele que lembra de trazer um barra de chocolate sempre que me visita, mesmo quando eu não posso comer, é ele que vai assistir minhas apresentações no teatro e mesmo não gostando diz pra todos que eu sou a melhor atriz que ele já viu. E é ele, meu pai, o homem a quem eu devo tudo que sou e tudo que tenho, é ele que eu amo acima de qualquer coisa, é dele que ainda quero ser o orgulho. Porque ele me ama e me amou antes mesmo de eu nascer e dizer a primeira palavra que sim foi pra ele.
Cara... acho que vou parar por aqui, esse Dia dos Pais vou passar com ele é claro, não voud ar presente e ele sabe o porque, mas com toda certeza desse mundo vou tomar coragem pra dar um abraço e dizer eu te amo pra ele como em muitos tempos eu não faço. Tenho certeza hoje, que é a coisa que eu mais quero fazer nessa vida nesse domingo.

Bom galera, eu não sei qual é a de vocês com seus pais, ams espero que todos ao menos nesse domingão possam dar um abraço neles ou ao menos soltar um eu te amo em oração.

Paiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii...
amo mtooooooooooooooooooooo
Música do dia : http://br.youtube.com/watch?v=Zr66vNx-tZQ


Galera...
Bjooooos pra vcs...
T semana que vem...
vou me indo q tenho umas lágrimas pra enxugar.. heheheheheheh
fuix
Dani Lima :P

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